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Reestruturação empresarial 25 Nov, 24

Independente da fase ou do momento específico que uma organização atravessa, o comportamento da liderança é sempre decisivo. 

Naquelas com resultados positivos e consistentes, o desafio dos líderes reside principalmente em garantir a manutenção do sucesso alcançado, protegendo e fortalecendo a sua posição competitiva.

Já no caso das organizações que estão com resultados insatisfatórios, o principal desafio consiste justamente corrigir a rota o mais rápido possível, reestruturando o negócio para que este consiga retomar o nível de desempenho necessário e ideal. 

E, para isso ser possível, o comportamento da liderança é tão ou ainda mais determinante.

Neste breve artigo apresentamos 08 dicas que podem ajudar líderes e empresas atravessarem momentos desafiantes com velocidade e sucesso.

Admita a existência de uma situação de crise

Admitir problemas geralmente é algo desconfortável contudo, em determinados momentos, quanto mais rápido fazemos isso, menores serão os impactos.

Prolongar o estágio de negação favorece a multiplicação dos problemas.

Se as vendas caíram, se o caixa começou ficar pressionado, se o endividamento cresceu, se um cliente importante foi perdido, se um fornecedor estratégico cortou o suporte, se um investimento não deu o retorno esperado ou se algum outro evento inesperado ocorreu, consentir que a situação não saiu como o previsto é uma sábia atitude.

Crises fazem parte do ciclo de vida das empresas e não há nada de desonroso  em admiti-las.

Evite gastar energia buscando culpados

Uma vez que a situação foi admitida é preciso concentrar a inteligência e a energia para reverter a tendência.

O resgate histórico tem seu valor e não pode ser desconsiderado, mas quem só olha para trás inevitavelmente terá um belo passado pela frente.

O concorrente, o ex-sócio, o funcionário, o fornecedor, o governo, os chineses, o câmbio, etc., todos podem ter contribuído em alguma medida para a construção das dificuldades atuais, mas responsabilizá-los não trará soluções a curto prazo.

Livre-se do espírito de abatimento

Como já foi dito, crise é sinônimo de desequilíbrio, estresse, raiva e ansiedade. Ela tem uma força própria, capaz de  frustrar, abalar e confundir as lideranças.

É inegável que impacta negativamente nas pessoas e no ambiente, criando uma atmosfera tensa e desconfortável.

Ocorre que enquanto o espírito de abatimento predominar, será difícil avançar.

Mesmo em um ambiente tumultuado e desafiador, um espírito equilibrado, pragmático, esperançoso e otimista precisa nascer.

É ele que ajudará reconquistar o que foi temporariamente perdido.

Priorizar o negócio

Priorizar o negócio significa adiar alguns objetivos pessoais no curto prazo.

Crise é sinônimo de caixa pressionado, com fluxo deficitário e/ou desajustado, logo, ele precisa ser administrado com maior zelo.

Comprar um carro importado, trocar de lancha, fazer uma viagem internacional, reformar a casa de campo ou ir para o carnaval carioca são exemplos de práticas desaconselháveis pois não transmitem uma mensagem compatível com o momento do negócio.

Claro que qualquer privação desta natureza não precisa ser eterna, mas enquanto a reestruturação estiver em curso, a moderação será uma grande aliada.

Revisite sua estratégia e faça um bom plano

É necessário e oportuno fazer os seguintes questionamentos:

Podemos voltar a vencer neste negócio?

Vale a pena o esforço para consertar as coisas por aqui?

Se as respostas forem SIM (e normalmente são), será necessário atualizar a estratégia e fazer um novo e robusto planejamento.

E este conjunto de definições irão orientar as decisões durante o período de travessia.

Adeque o seu perfil para esta nova fase

A realidade agora é outra e o seu perfil de gestor terá de mudar de tradicional para gestor de reestruturação.

Enquanto o gestor tradicional é um navegador mais tranquilo, muito eficiente em águas calmas, que trabalha bem na existência abundante de recursos, que atua voltado para o crescimento, que monitora o negócio no nível macro, o gestor de recuperação precisa ser um especialista em navegação durante tempestades severas sendo principalmente, aquele que aguenta as pressões, aponta e direção, que vai junto (liderança pelo exemplo), cuidando das vendas, das margens e do caixa.

Por um tempo, o ritmo a rotina e os rituais precisam ser outros.

Se envolva com a execução

Se um bom plano foi feito, se ele tem premissas críveis, se as medidas emergenciais foram adequadamente traçadas, se elas atacam as verdadeiras causas dos problemas, é chegada a hora de colocar tudo em prática.

E o líder deve atuar também no nível tático (não só no estratégico) pois é ali que a boa execução é garantida.

A melhoria deve ser focada nos processos críticos do negócio (geralmente em marketing, vendas, operações e financeiro).

Leve todos os envolvidos a canalizar seus esforços nas 3 alavancas da recuperação que são:

a) aumentar as receitas;

b) reduzir custos e despesas;

c) reduzir o ciclo operacional e financeiro.

Crie mecanismos eficazes de monitoramento

São eles que permitirão acompanhar a evolução de cada iniciativa e corrigir a rota no caso de desvios.

Tenha os números sempre à mão e decida baseando-se em fatos e dados.

O ideal é que cada gestor de área tenha os seus KPIs atualizados a cada dia.

Aperfeiçoar rotinas de acompanhamento de resultados é fundamental.

Outras considerações:

Enquanto a restruturação estiver em curso, entenda que é preciso evitar novos investimentos, buscando o lucro por meio dos ativos já disponíveis.

É inteligente conter o ímpeto empreendedor no sentido de evitar dispersões, mantendo o foco na venda saudável, nas operações, na geração e gestão do caixa, pois os recursos agora são escassos.

Omissão e procrastinação não podem ter espaço na agenda nesta fase de mudanças.

Obstáculos a boa execução devem ser removidos sem demora.

Por fim, é importante destacar que:

O dinheiro que a empresa precisa vem dos CLIENTES por meio do fechamento de BONS NEGÓCIOS e da execução das OPERAÇÕES com eficácia e eficiência.

Sem LUCRO ao final de cada dia, a recuperação não se materializa.

Reestruturação não é algo indolor. Nenhuma crise termina sem suor e sem algumas lágrimas.

Seja otimista, trabalhe e confie.

Praticamente todas as grandes companhias já passaram por momentos de desafios severos. 

A sua é mais uma na lista e, com a sua competente liderança, ela também conseguirá esse importante feito.